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segunda-feira, 8 de junho de 2015

As Aventuras de Robin Hood, por Howard Pyle

    A amizade é um tema frequentemente expressado e retratado em livros. Podemos citar vários clássicos da literatura, ou até mesmo livros modernos, que retratam esse tema de forma tão perfeita que convencem e conquistam os leitores de uma maneira tão profunda quanto um belo romance de Shakespeare. Para não irmos tão longe, há Harry Potter da britânica J. K. Rowling, ou até mesmo Eddard Stark e o Rei Robert Baratheon de George R. R. Martin em Game of Thrones. No cinema, temos “Antes de Partir”. Para irmos um pouco mais longe,  já na literatura, podemos citar Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas (pai), que de uma maneira espetacular nos presenteia com uma das mais belas histórias da história. Mas poucos livros conseguem alcançar essa perfeição; a perfeição de retratar a amizade como ela realmente é, e o amor que realmente se sente quando se é amigo.
   O livro “As Aventuras de Robin Hood” de Howard Pyle é um deles.
   Dentre outras de suas grandes histórias, como a História do Rei Artur e Seus Cavaleiros, encontramos nas aventuras de Robin Hood as mais perfeitas expressões do amor amigo. Este escritor, que também ilustrou todas as imagens presentes em todos os seus livros, é, com certeza, mais um autor clássico e indispensável para os amantes da literatura. 
   Com uma linguagem fácil e bem clara, diferente de outros escritores clássicos, como Alexandre Dumas e Victor Hugo, Howard Pyle nos apresenta a história do aventureiro inglês Robin Hood. Já nos é exposto desde o início que nosso personagem principal é um fora da lei desde a adolescência, quando ao ir para um campeonato de tiro ao alvo no condado de Nottingham se desentende com um homem e acaba acertando uma flecha em seu peito, matando-o. O que acontece é que esta vítima era parente do Xerife de Nottingham, o homem que será inimigo de Robin Hood do inicio ao fim do livro.

   É neste pé que a primeira das oito partes do livro é narrada para nós. A parte em que nos é apresentado o motivo de Robin ser um fora da lei e também sua vida muitos anos depois daquele acontecimento. Além disso, também é tratado, como é sabido para muitos, que Robin era o aventureiro que roubava dos ricos para dar aos pobres, e este era outro dos motivos desse herói ser foragido. Também descobrimos que ele vivia com seus simpatizantes nas profundezas da floresta de Sherwood, lugar onde por toda a sua vida ficou protegido e ileso.
   Não esperem expressões difíceis ou uma história principal notável enquanto as aventuras deste simpático protagonista nos é apresentada. Este é um dos poucos livros que li em que a história principal é esquecida por diversos capítulos, e só é relembrada por motivos que acabam sendo mais importantes do que ela mesma. Para deixar isso claro, terei de contar algumas das aventuras desde inglês, e aqui vai alguma delas:
   A primeira coisa a se saber é que a história se passa entre no século XIII, época em que a Inglaterra já praticava uma de suas maiores vantagens na guerra dos cem anos contra a França, a prática do Arco e Flecha. Diz-se que um dos motivos da superioridade inglesa durante boa parte da guerra foi o fato de eles serem exímios Arqueiros, habilidade esta, extremamente notável em Robin Hood.
   Além desse costume inglês, deve se saber também que a prática de lutas com espadas (chamadas de varapaus neste livro) também eram frequentes.
   Diante disso, podemos explicar a primeira aventura de Robin Hood, que a meu ver é quando ele conhece seu mais fiel companheiro e amigo, John Pequeno. Nosso personagem principal andava e vagava pela floresta quando se deparou com John Pequeno e por motivos fúteis acabou discutindo com ele – e como você irá perceber, no livro a maioria das brigas acontecem por motivos fúteis e sem sentido, além de notar que TODOS os personagens eram impacientes e viam motivos para brigas em tudo. De qualquer forma, como eu ia dizendo, Howard Pyle nos narra que Robin Hood e John Pequeno brigam com o varapau por mais de uma hora, mas, que depois de ambos verem que os dois eram muito bom nisso, decidiram parar de brigar e serem amigos. Robin Hood chama John Pequeno para viver em Sherwood e ele vai.
  
Outra característica de nosso personagem é o fato de que ele era destemido. Howard nos conta que de 5 em 5 anos acontecia um torneio de Tiro ao Alvo no condado de Nottingham, e que quando Robin Hood descobriu, ele decidiu participar tanto para se divertir quanto para tirar “sarro” do xerife. De qualquer maneira, ele vai e vence o campeonato, sem o Xerife reconhece-lo durante toda a competição. Só depois que ele o reconhece e acaba mandando homens para tentar captura-lo na floresta.
   Durante muito tempo ele pediu para homens fossem atrás de Robin Hood, mas ninguém ia pelo fato de conhecê-lo e também conhecer suas aventuras. Tanto é que quando um dos homens decide tentar captura-lo, ele acaba por entrar no grupo de Robin Hood. Sim, isso mesmo. O livro é um pouco engraçado por ser um pouco irônico. De uma maneira suave e tranquila, Howard nos vai narrando as aventuras do grande Robin Hood e nos mostrando como várias vezes ele enganou o xerife e o fez de bobo. Uma delas, que eu achei interessante, foi quando ele decidiu sair da floresta para procurar uma aventura e encontrou um carniceiro pobre. Ele decidiu comprar todas as carnes e roupas dele e acabou indo para a cidade vende-las. Lá ele fazia um preço para cada pessoa. Para os ricos era mais caro, para os pobres muito menos, e “para as donzelas que lhe beijassem” as carnes sairiam de graça. Desse modo, ele acabou sendo o único que acabou com seu estoque em pouco tempo e, quando o xerife soube disso, acabou achando que ele era um homem rico que distribuía os produtos porque não precisava deles. Diante disso, ele acabou convidando Robin Hood para ir ao seu salão principal, porque não desconfiava que era ele. Depois dessa janta, ele disse que queria comprar os animais de Robin e que iria até sua fazenda com ele, mas o que ele queria mesmo, como nos é narrado, é que o xerife se aproveitar de Robin Hood, mesmo não sabendo que ele era ele de fato. De qualquer maneira, como você verá, Robin Hood acaba enganando o xerife e acaba o levando até Sherwood onde o xerife janta mesmo depois de descobrir e ficar irado por ter sido traído. Lá, ele acaba dançando e festejando com o grupo de Robin Hood, rindo das piadas de homens que ele mesmo havia contratado para mata-la (outro fato que eu achei engraçado quando li).
   São muitas as aventuras de Robin Hood, e são muitos os seus feitos. Seu principal foco era na nobreza, pois ele achava que eles não precisavam ter tanto dinheiro assim quando havia várias pessoas passando fome no mundo. Por isso ele sempre tentava roubar padres e nobres para distribuir o dinheiro para o bando da floresta.
   Muitos são os amigos de Robin Hood, mas os principais sempre entraram no grupo pelo mesmo motivo: brigas com varapaus, para depois se tornarem amigos. Além de John Pequeno, podemos citar Artur de Bland, que brigou com John Pequeno, mas que depois entrou para o bando de Robin Hood. Tem também Will Escarlate, que Robin Hood resolveu mexer com ele pois o achava muito afeminado e com jeito de rico. Ele acabou brigando com ele e descobrindo que ele era seu sobrinho.
   De qualquer forma, há tantas outras aventuras que Robin Hood vive que é inevitável percebermos que ele era o tipo de homem que amava viver. Viver e conhecer novos lugares e pessoas. Na maioria dos capítulos Robin chama John Pequeno para partirem em uma aventura fora da floresta, e de uma maneira ou de outra ele sempre acabou ganhando disputas de Arco e Flecha ou lutas com o varapau, assim como John Pequeno e os outros integrantes indispensáveis de seu grupo, como o frade Tuck. 
   Só lendo as diversas aventuras desse grupo, que só usava uniformes verdes, para sentirmos e entendermos o real tamanho da amizade deles. Robin Hood salva homens que ele nunca havia visto na vida. Mendigos, carniceiros e mulheres. Além de seus amigos e todo o resto de seu bando que dependia dele.
   As Aventuras de Robin Hood é um livro que eu digo especialmente para aqueles que querem começar a ler clássicos, mas tem medo de suas linguagens difíceis. Esse livro está longe disso. É uma leitura rápida, leve e prazerosa, de um personagem que simpático que nos conquista desde o primeiro momento.
   Essa é uma das maiores histórias que envolve amizade e aventura em um único livro!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Anticristo, por Friedrich Nietzsche

     Observação:
   Procuro em minhas resenhas demonstrar verdadeiramente o que o autor quis mostrar ao se expressar no livro. Peço que, portanto, ao lerem esta resenha não pensem que usei termos chulos ou pensamentos diferentes dos que o autor apresentou em sua obra.
   Portanto, meus caros, ficará para vocês decidirem se esse gênio da filosofia mudou para bem ou para o mal nosso mundo atual.


     Talvez ele tenha sido um dos homens mais odiados do mundo, ou até mesmo com uma das filosofias mais complexas de se entender, mas não se pode negar que Friedrich Nietzsche teve uma das mentes mais brilhantes da história da humanidade.
     Esse filósofo alemão, que viveu na segunda metade do século XIX, veio para, como ele mesmo dizia, “desconstruir os ideais”. Com uma filosofia pulsante, que hoje seria rejeitada por cerca de 90% da população mundial, ele, sem medo algum, bota pra fora tudo que vem em sua mente. Sem alguma espécie de organização, tanto na forma de pensamento quanto na forma textual, ele sem medo algum “excreta” todo seu ódio contra o que ele chama de Ídolos.
     Para fazer a resenha do livro O Anticristo, de Nietzsche, é preciso, antes de tudo, saber algumas coisas que precisam ficar claras aqui, neste momento, porque se você não entender o que irei acabar de dizer vai ser praticamente impossível você entender sua obra. Não só Anticristo, mas TODAS as obras de Nietzsche, porque ele, diferente de todos os outros filósofos da humanidade, não escreveu um livro para cada pensamento que ele tinha, como por exemplo, fez Aristóteles ao escrever Retórica para explicar argumentação, Política para explicar a política, ou Ética a Nicômaco para fundamentar sua Ética.
     Nietzsche, ao contrário, em todos os livros que escreveu está presente todos os tipos de seu pensamento. Um pensamento difícil de entender e que jorra ideias vindas ao exato momento em que Nietzsche escrevia seus livros. Seus livros não possuem capítulos ou qualquer espécie de organização, e é exatamente por isso que temos que saber seus pensamentos antes de apresentar suas obras.
     A primeira, e única que serei capaz de apresentar a vocês, é sua ideia do que é uma pessoa Niilista, ou do que, para ele, é o Niilismo.
     Se, por exemplo, perguntássemos a qualquer pessoa a definição de Niilismo, essa pessoa responderia que é a Negação da Crença, ou a Negação de Valores Superiores. Portanto, o Niilismo para o senso comum, e quando digo senso comum, não estou desvalorizando essa definição, é a negação da crença a algo superior. Poderíamos dizer, portanto, que essa definição é um Eufemismo para se dizer que o Niilismo é Não Crença em Deus.
     Pois bem... Para Nietzsche, Niilismo é algo mais profundo. Ele considera como Niilistas os Ídolos que ele expõe em seu livro Crepúsculo dos Ídolos, ou seja, aqueles que pautam sua vida em detrimento de valores; aqueles que acreditam e moldam sua vida acreditando nesses seres superiores.
     Nesse momento, você poderia se perguntar: “Ok, mas se para Nietzsche, Niilista é aquele que acredita e exalta seres superiores, valores superiores, então o que eles negam?” Afinal, Niilismo é uma palavra latina que necessariamente envolve Negação a alguma coisa.
     Para Nietzsche, os Niilistas negam a vida. Se na concepção normal o Niilista nega valores, para Nietzsche o Niilista nega A VIDA, O MUNDO DA VIDA! O mundo do que acontece, dos afetos, dos corpos, das energias, das sensações. Em nome do céu, o Niilista nega a terra (blasfemava-se contra a terra); em nome de valores superiores, nega-se os corpos. Negam tudo o que acontece na vida real, pois, ao acreditar em valores superiores que limitam seus desejos e vontades, essas pessoas estão negando a vida o que ela tem a nos oferecer.
     O primeiro filósofo que Nietzsche excomunga é Platão, que ao defender seu mundo das ideias e cuspir no mundo sensível, no mundo em que vivemos, ele acaba negando seu próprio mundo. O mundo que ele vê. Platão, ao defender o mundo das ideias, ou seja, o mundo fora da caverna, mundo este constituído por verdades e valores absolutos e inquestionáveis, ele acaba negando toda a sua vida na terra. Ou seja, ele exalta e vive em detrimento de valores superiores, que não existem em lugar algum, se não em sua mente, para se desfazer e se enojar do mundo em que ele próprio vive e está, o mundo sensível, o mundo que segundo Platão é o mundo imperfeito, cheio de problemas e erros.  Nietzsche, literalmente, manta Platão pra merda em seu livro O Crepúsculo dos ídolos.
     Ainda nesse livro, e ainda sem ser “politicamente correto”, porque ele estava pouco se ferrando com o que os outros diziam ou pensavam sobre o modo como ele se expressava, ele acaba com Sócrates e com Aristóteles. Aristóteles, em sua filosofia cosmológica, dizia que o mundo está pronto e que temos de agir de acordo com ele. Que somos parte de um todo e que temos que estar em harmonia com o resto, e, se o sol brilha e as árvores liberam oxigênio, e as nuvens fazem a chuva e maré “mareia”, portanto devemos ser exatamente o que somos hoje. Eu, no caso, seria um estudante do Direito e seria apenas isso, porque estou em harmonia com o mundo e não posso mudar o estava pressuposto para eu ser.  Ele acaba com essa filosofia porque ele defendia a famosa frase “Deixa a vida me levar”, ou seja, deixa que a vida exponha o que irei fazer, porque nada vai me privar de mudar o meu desejo. O fato de “Deixar a vida me levar” já deixa claro que não acredito em valor superior que irá me prover de qualquer coisa que eu queira, certo?
     
Nietzsche, em outras palavras, acaba com a filosofia aristotélica, acaba com a filosofia platônica, acaba com a filosofia socrática, kantiana e muitas outras. É vibrante e sensível o ódio que Nietzsche sente por eles.
     É com essa introdução que podemos entrar e falar brevemente sobre o Anticristo.
     É em O Anticristo que Nietzsche expõe seu ódio a outro modelo Niilista, que, devo ser claro para todos: o modelo Niilista de Nietzsche! Não o do senso comum. Portanto, nesse livro Nietzsche expõe seu ódio a outro modo de pensamento que, para ele NEGA A VIDA por causa de Valores Superiores, OK? E não para aqueles que simplesmente negam valores superiores, como o senso comum define o Niilismo.
     O título é sugestivo, mas vale dizer mesmo assim. Nesse livro Nietzsche coloca pra fora todo o seu ódio e rancor contra o Cristianismo, sobretudo o Catolicismo, que, segundo ele, é o pior mal da terra!
     Para ele, o Catolicismo é uma negação! Negação à vida, pois torna as pessoas Escravas da Vida! Pois, assim como ele disse: “Os homens inventaram o Ideal para negar o Real”. Para ele, o Catolicismo é uma negação porque promete tudo e não cumpre nada, filosofia completamente contrária a do Budismo, que cumpre tudo e não promete nada. Ele começa o livro deixando claro que o mal da humanidade se chama Compaixão. Compaixão, como alguns devem saber, é definição de AMOR para Jesus Cristo.
     Desde que o homem é homem ele tenta definir o amor, e três foram os filósofos que fizeram isso com alguma perfeição. O primeiro foi Platão que disse que AMOR é o DESEJO POR AQUILO QUE NÃO SE TEM. Ideia essa, brilhante para os dias de hoje, mais moderna e contemporânea impossível para se definir nosso capitalismo. Para Platão, o DESEJO é o AMOR. Nesse sentido, podemos ver que uma ideia de 2 milênios atrás ainda está viva hoje, ao perceber que passamos nossa vida desejando tudo o que não temos, seja o novo carro lançado, ou o novo Iphone. Ou até mesmo aquela mulher que não temos e etc. A famosa frase “A grama do vizinho é sempre mais bonita” define perfeitamente o modelo platônico de se definir o amor.
     Logo depois, vem Aristóteles, dizendo que AMOR não é aquilo que DESEJAMOS, mas sim é a ALEGRIA que sentimos por aquilo que temos. Ou seja, é a alegria que sentimos pela nossa namorada, pelo nosso carro, pelos nossos livros, casa e etc. Mais simples, mas também plausível. Certo?
     O terceiro filósofo que veio para definir o amor, e que também é excomungado por Nietzsche é Jesus de Nazaré. Que disse que o amor não é aquilo pelo que desejamos e não temos, e tampouco é aquilo que sentimos a alegria por ter, mas sim é a Compaixão que sentimento por aqueles que temos empatia. Nietzsche simplesmente se sente enojado pela compaixão. Pelo amor de Cristo. Para ele, a compaixão é contagiosa, e, quando uma pessoa se sente mal por outra, isso contagia e acaba atingindo outras pessoas que nada tem a ver com o problema daquela primeira que não estava em seu melhor momento.
     Portanto, para Nietzsche, não só o Cristianismo, sobretudo o Catolicismo, são nojentos e abomináveis, mas também todas as suas ideias e atitudes. Para ele, os Sacerdotes são as espécies de homens mais escrotas e desgraçadas da humanidade, pois ao repassar o que eles consideravam verdade, eles acabavam corrompendo todo o mundo, porque, ao disseminar sua verdade, eles acabam destruindo seu próprio fundamento.
     É nesse sentido, por exemplo, que Nietzsche diz “Melhorar a humanidade, eis a última coisa que vou prometer”, ou seja, em outras palavras ele diz “Se você espera que vou trazer uma verdade no lugar de todas essas que estou negando, você se fudeu meu caro, pois não tenho nenhuma verdade para lhe trazer e muito menos vou dizer para você deixar de acreditar em tal Deus para acreditar nesse aqui, que vou apresentar pra você”.
     O livro Anticristo é um discurso de ódio contra o cristianismo e o catolicismo, e contra os próprios alemães também, como Lutero por exemplo. Espero que, ao lerem o livro, estejam em um ambiente tranquilo e calmo, e que leiam sem pressa para terminar uma frase ou um parágrafo, porque se não fizerem isso, não vão acabar entendendo nada.
     Quando disse que Nietzsche era negado por 90% da população mundial atual, quis dizer que, para ele, 90% da população hoje é Niilista, ou seja, acredita em Deus, que faz com que essas pessoas se limitem e acabem negando o mundo em que vivem.
     Apesar dessa rejeição toda, espero que, principalmente os Teístas, não deixem de ler a filosofia do Martelo de Nietzsche, que é como ele a nomeava. Pois ele dizia que iria martelar todas ideias ridículas dos Niilistas. Espero que as pessoas leiam a filosofia de Nietzsche com a mente aberta; aberta no sentido de que pode não haver uma verdade absoluta que fará com que você jamais mude de conceito, porque pode haver outras formas de pensamento sim. Em outras palavras, não estou dizendo para os Teístas deixarem de acreditar em Deus, estou dizendo, somente, para eles não se limitarem a lerem uma filosofia brilhante e sensacional, e inteligente também, porque Nietzsche escreve uma poesia para os amantes da leitura, com argumentos muito bem construídos e criados. Nietzsche diz que um dos maiores pecados da humanidade foi o homem ter criado o conceito de pecado. Que, de um momento para o outro, o homem deixou de amar a Deus e passou a temê-lo, e que, desde aquele momento, ele se privou de fazer muitas coisas que acrescentariam bastante ao mundo dele. Uma dessas privações, diria eu, seria ler este livro magnífico.

     Nietzsche apresentou ao mundo uma filosofia que veio para mudar a história da Idade Moderna, seja pelo lado positivo, quando pelo lado negativo. E, para deixar claro, não inventei esses termos de baixo calão; apenas reproduzi o que o filósofo quis dizer.



Algumas frases de Nietzsche:
   “Em vão procurei no Novo Testamento um único traço de simpatia: nele não há nada que seja LIVRE, bondoso, de coração aberto ou leal. Nele, a humanidade não dá sequer um passo adiante...” (página 81, Anticristo).

   “Não nos deixemos enganar: ‘não julgueis’, dizem eles, e, contudo, mandam para o inferno seja o que for que atravesse o seu caminho. Ao deixarem o julgamento para Deus, são eles próprios que julgam; ao glorificarem Deus, glorificam a si próprios...” (página 77, Anticristo)*.

* Nietzsche se refere aos Niilistas, sobretudo os Sacerdotes e Apóstolos do Catolicismo, com ênfase especial no apóstolo Paulo.